Nasceu na Alemanha. As interrogações que a obra de Rosemarie Trockel colocam são, pelo menos, tão diversificadas quanto os materiais e as técnicas que utiliza. Os seus vídeos, esculturas, instalações, desenhos e fotografias debruçam-se sobre temas que já a interessavam na época em que estudava antropologia, sociologia, teologia e matemática. A relação do homem com o corpo, o papel da mulher na sociedade e a atitude em relação ao tratamento de animais, são apenas alguns aspectos recorrentes das suas obras. Trockel realizou representações com animais, sob a forma de instalações que incluem animais vivos. Os quadros-tricot, que deram a conhecer o seu nome nos anos 80, não só glosam uma produção artística pretensamente feminina, como também confrontam a Pop Art e a Minimal Art. Utilizando emblemas como a marca Woolmark, o coelho Playboy e até a cruz suástica, Trockel interroga, de modo subtil, a função dos símbolos e o seu significado, no contexto da arte. Assim, os seus vestidos de tricot, os capuzes dos terroristas, as meias exageradamente compridas e as suas estranhas camisolas são, todos eles, comentários artísticos sobre o significado social da moda e das suas implicações, por vezes restritivas. Próximas do ready-made, as obras de Trockel situam-se na tradição de Marcel Duchamp, um pouco como os objectos numa vitrina, com os quais - não sem uma conotação muitas vezes irónica - analisa as leis que subentendem o funcionamento do mercado da arte.